Análise de dados se torna habilidade essencial para profissionais de Comunicação e Marketing

Antes mais restrito às Ciências Exatas, conhecimento passou a ser requisitado nos ambientes acadêmico e corporativo

Não é exagero dizer que estamos diante de uma revolução factual sem precedentes. Todos os dias somos impactados por mais de 2,5 quintilhões de bytes de novos dados, vindos de diferentes fontes, formatos e padrões. Isso transformou radicalmente a forma de trabalhar com comunicação e marketing e, principalmente,as estratégias de executivos para tomadas de decisões que impactem o negócio. 

Antes mais restrita ao universo dos estudantes e profissionais de Ciências Exatas, a análise de dados e estatísticas já está presente na rotina de trabalho de profissionais de diversas áreas de atuação e isso inclui Comunicação, Marketing e Relações Públicas. Não é à toa que grandes universidades passaram a adotar disciplinas ligadas à análise de dados como obrigatórias nas grades curriculares destes cursos. 

Professora do curso de Relações Públicas na Escola de Comunicação, Artes e Design – FAMECOS – da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Silvana Sandini é responsável por ministrar a disciplina de ‘Gestão de Dados, Inteligência Competitiva e Mensuração de Resultados em Comunicação’. Ela explica que hoje, “com tecnologias de Big Data e ciência de dados, as áreas de Comunicação Empresarial mais modernas já estão simplificando a forma de gerir a reputação e aumentar a inteligência competitiva.”

Para promover uma aproximação com o mercado, a professora e os alunos do módulo de 'Inteligência Competitiva e Comunicação' receberam, no dia 11/05, Claudio Bruno, diretor de dados em comunicação da Cortex, que é referência na América Latina em inteligência de dados para as áreas de comunicação e marketing. 

No encontro, ele falou aos alunos sobre a relevância do uso de dados na otimização de resultados, além do impulsionamento da comunicação e do negócio como um todo. O especialista também apresentou a plataforma de inteligência de dados para comunicação estratégica e reputação da Cortex, que roda modelos de inteligência artificial e machine learning sobre os dados coletados para gerar insights e criar indicadores personalizados de acordo com cada modelo de negócio.

“Uma análise de dados capaz de desenvolver indicadores de performance e soluções preditivas para possíveis problemas é de fundamental importância para que uma empresa tenha controle e monitoramento da qualidade de seu serviço. Para as áreas de Comunicação e Marketing, que precisam lidar com toda a complexidade de informações trazidas pelas novas mídias, a análise de dados deve ser mais do que um diferencial, mas a base de todo e qualquer processo e estratégia”, explica Claudio Bruno.

 

Mercado se movimenta para oferecer qualificação

O mercado também está se movimentando para desenvolver habilidades analíticas em profissionais da área. A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), que atua para fortalecer o papel da comunicação nas empresas e oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, criou o curso “Cultura data-driven para comunicação corporativa: mensuração, indicadores, pesquisa e métricas”, ministrado pela professora Karla de Melo. 

Karla, que é relações públicas e consultora com especialização em Gestão da comunicação corporativa (PUC-MG) e em Sustentabilidade (Fundação Dom Cabral MG), explica que alguns comunicadores demoram a adotar ferramentas digitais ou aprofundar seus conhecimentos em análise de dados. Entre os motivos, estão resistência interna, cultura da empresa, medo do fracasso, altos custos e falta de treinamento. “Muitos profissionais não adotam a etapa principal da jornada de comunicação, que é um planejamento estruturado com objetivos e metas. Sem isso, não é possível medir nada. Aquela velha história: ‘se eu não sei para onde quero ir, qualquer caminho serve’, logo, qualquer dado serve. É preciso corrigir isso urgente.”

Para os executivos das áreas de comunicação e marketing, montar equipes com profissionais que dominem este tipo de habilidade e investir em tecnologias que facilitem a leitura e interpretação destes dados é o caminho mais curto para diminuir custos, otimizar as operações, melhorar a experiência do cliente e conquistar resultados mais eficazes. 


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