
Phase-in e Phase-out: guia completo para gestão eficaz
A gestão eficiente do ciclo de vida de produtos é um pilar crítico para a competitividade industrial. Nela, os conceitos de Phase-in e Phase-out – introdução gradual e descontinuação progressiva, respectivamente – ocupam posição central.
Esses termos, aliás, não são nenhuma novidade. Eles remetem ao contexto da revolução industrial, quando a produção em massa exigiu métodos mais sofisticados para gerenciar transições entre produtos.
Com a globalização e a aceleração dos ciclos de inovação (Indústria 4.0), o acompanhamento deles tornou-se ainda mais urgente. Afinal, as empresas precisam responder rapidamente a mudanças nas preferências dos clientes e às pressões competitivas.
Mas, calma. Vamos tratar desse tema com a profundidade que ele merece.
Continue lendo para entender:
- o que são Phase-in e Phase-out e por que é importante entender esses conceitos;
- o que se ganha com o acompanhamento de Phase-in e Phase-out;
- quais são os impactos de Phase-in e Phase-out na previsão de demanda;
- como implementar o monitoramento estratégico de Phase-in e Phase-out;
- e muito mais!
O que são Phase-in e Phase-in?
Phase-in e Phase-out são estratégias de transição em projetos, políticas ou produtos. No contexto empresarial, referem-se ao gerenciamento do ciclo de vida de produtos. Isto é, o Phase-in marca a introdução gradual de um novo item no mercado. Já o Phase-out diz respeito à retirada planejada de um produto em declínio.
Estamos falando, portanto, de práticas que otimizam estoques, reduzem custos e alinham a oferta à demanda. Isso de maneira coordenada, considerando o momentum e as particularidades do negócio – bem como do entorno macroeconômico, entre outros fatores.
Um exemplo prático?
Quando uma montadora decide lançar um novo modelo de veículo, ela inicia o Phase-in de componentes específicos para ele. Faz isso, entre outras frentes, solicitando gradualmente a produção das novas peças aos fornecedores.
Simultaneamente, inicia-se o Phase-out das peças relacionadas ao modelo anterior. Ou seja, progressivamente os pedidos são reduzidos. Até sua completa descontinuação.
Phase-in e Phase-in: qual a importância de acompanhar?
Entenda, a seguir, quais são as principais razões para se fazer o acompanhamento de Phase-in e Phase-in de maneira estratégica.
Aumento do poder de negociação com o cliente
O monitoramento estratégico de Phase-in e Phase-in ajuda a compreender melhor as necessidades e expectativas dos clientes. Com as informações obtidas, ofertas e condições comerciais são ajustadas com maior precisão.
Além disso, entender os motivos que levam à descontinuação de produtos auxilia na identificação de oportunidades de melhoria e inovação. Tal proatividade contribui para negociações mais eficazes e alinhadas aos interesses dos compradores.
→ A visibilidade de inventário obsoleto, por exemplo, evita perdas financeiras ao passo que melhora a interlocução entre Vendas e Atendimento ao Cliente.
Compreensão sobre o ciclo de vida do produto
O entendimento das fases de entrada e saída de produtos também proporciona uma visão clara do ciclo de vida de cada SKU. ele orienta a tomada de decisões estratégicas sobre investimentos, marketing e P&D.
Há mais clareza de quando é o momento certo para introduzir ou retirar um produto do mercado. Por extensão, prejuízos são evitados e recursos são otimizados.
→ Você sabia que o mercado global de gerenciamento de ciclo de vida de produtos deverá crescer 9,2% anualmente até 2030? Ele deverá movimentar USD 54,36 bilhões no período, estima a Grand View Research.
Melhoria na gestão de demanda
Também é interessante saber que a integração do Phase-in e Phase-out ao planejamento de demanda é bastante benéfico. Ela viabiliza previsões mais precisas e alinhadas à realidade mercadológica.
Além disso, promove respostas ágeis às oscilações de oferta e procura.
→ Ao realizá-la, as empresas ganham eficiência produtiva. Logo, reduzem estoques obsoletos e, consequentemente, cortam gastos.
Resultados mais atrativos
Empresas que acompanham Phase-in e Phase-out de perto conseguem adaptar-se rapidamente às volatilidades do mercado. Especialmente à evolução das preferências dos consumidores.
Com frequência, essa agilidade se traduz em ofertas mais atrativas, pois alinhadas às necessidades reais de shoppers e utilizadores. Ela contribui para a redução de custos operacionais e para o aumento das margens de lucro.
→ A gestão eficaz de Phase-in e Phase-in fortalece a posição da companhia no mercado e abre caminho para a expansão.
Como a previsão de demanda é influenciada pelo Phase-in e Phase-in?
Quanto à estimativa de demanda, ela exige análises cuidadosas para alinhar produção, estoque e distribuição. E isso também pode ser positivamente influenciado pelo acompanhamento de Phase-in e Phase-out.
Demanda dependente
Considere a montadora de veículos em seu lançamento do novo modelo (Phase-in).
Os componentes específicos, como sistemas de infotainment ou conjuntos ópticos, têm sua demanda diretamente ligada à produção do veículo. Essa é a demanda dependente, que pode ser prevista com base no plano mestre de produção.
Por exemplo, digamos que o projeto é produzir 10 mil unidades no próximo trimestre. E que cada veículo utiliza um sistema de infotainment. Neste caso, a demanda para esse componente será de 10 mil unidades.
Com isso em perspectiva, os provedores da montadora vão planejar sua produção e logística. Eles têm clareza do tamanho do pedido; podem trabalhar pela minimização de desperdícios e garantir a entrega no tempo estipulado em contrato.
Demanda independente
Por outro lado, a demanda independente refere-se a produtos cujas necessidades não estão diretamente ligadas à produção de outros itens.
No contexto da indústria automotiva, peças de reposição para modelos antigos exemplificam essa categoria. A demanda por elas é influenciada por fatores externos, como falhas inesperadas, acidentes ou campanhas promocionais. Ou seja, a previsão enfrenta complexidades.
Durante o phase-out do modelo de veículo, a montadora precisa estimar a demanda futura por peças de reposição. Ela vai fazer isso baseando-se em dados históricos de vendas, taxas de falha e tendências de mercado.
Como implementar o monitoramento de Phase-in e Phase-in? 5 dicas práticas
1. Defina regras de transição com base em dados históricos
Estabeleça diretrizes assertivas para o Phase-in e Phase-out utilizando dados históricos de vendas e sazonalidade.
Por exemplo, ao introduzir um novo produto, projete sua demanda inicial com base nas vendas do produto anterior, ajustando por um fator percentual.
A ideia é garantir transições suaves e previsíveis; minimizar riscos de excesso ou quebra de estoque.
2. Utilize ferramentas de planejamento integradas
Implemente sistemas que suportem funcionalidades específicas para phase-in e phase-out. Especialmente aplicações que simulam cenários de transição de maneira realista.
Isso vai ajudar a tomar decisões informadas e contextualizadas. Ao mesmo tempo, facilitar a adaptação rápida às mudanças mercadológicas.
3. Mapeie SKUs antigos e novos de forma estruturada
Crie uma tabela de mapeamento entre SKUs antigos e novos. Com ela, identifique claramente quais produtos estão em Phase-in e quais estão em Phase-out.
Use essa matriz para monitorar estoque, evitar confusões na cadeia de suprimentos e melhorar a comunicação entre departamentos.
4. Estabeleça métricas de desempenho específicas
Defina indicadores-chave de desempenho (KPIs) para monitorar a eficácia das transições de produtos.
Métricas como taxa de esgotamento de estoque antigo, tempo de transição e precisão da previsão de demanda são muito úteis. Elas facilitam a avaliação do sucesso das estratégias ações de Phase-in e Phase-out.
5. Treine as equipes envolvidas no processo
Capacite Vendas, Logística e Atendimento ao Cliente sobre os processos de Phase-in e Phase-out.
Faça isso com treinamentos sobre essas transições. Tanto para conscientizar quanto para dar direcionamento de como agir em cada uma delas.
Quais são os erros comuns a evitar na gestão de Phase-in e Phase-out?
A seguir, veja os equívocos a serem evitados na gestão de Phase-in e Phase-out.
Falta de critérios claros para início e fim das fases
Não estabelecer parâmetros objetivos de quando iniciar o phase-in ou o phase-out leva a decisões arbitrárias. E mais grave ainda: decisões desalinhadas com os objetivos estratégicos da companhia.
Desalinhamento entre departamentos
A ausência de comunicação eficaz entre áreas como Vendas, Produção e Logística pode resultar em falhas na implementação das fases. Isso afeta a disponibilidade de produtos e a satisfação do cliente, entre outros percalços.
Negligência na análise de dados históricos
Ignorar informações passadas sobre vendas e demanda é a receita para previsões pouco confiáveis. Daí para o escalonamento dos problemas é um pulo.
Comunicação inadequada com fornecedores e clientes
Não informar adequadamente sobre mudanças no portfólio de produtos pode causar rupturas na cadeia de suprimentos. Normalmente resulta em insatisfação por todos os lados, inclusive dos clientes.
Desconsiderar feedbacks operacionais
Se as sugestões e observações de equipes operacionais são ignoradas, a repetição de erros é quase certa. Ela, como sabemos, gera perda de oportunidades de melhoria nos processos; gerar ainda mais gargalos.
Ausência de documentação e padronização de processos
Não registrar procedimentos e aprendizados dificulta a replicação de boas práticas e a continuidade das melhorias implementadas.
Conclusão
Ter métodos para acompanhar as fases de introdução (phase-in) e retirada (phase-out) de produtos é fundamental. Sem isso, sequer é possível falar em gerenciamento eficiente do portfólio empresarial. O que dizer da gestão do ciclo de vida das ofertas?
Como uma prática estratégica que impacta positivamente diversos aspectos do negócio, deve-se sempre realizá-la com amparo tecnológico.
Do contrário, tendo apenas o feeling como base, as chances de erros aumentam. E isso, todos sabemos, gera perda de competitividade. Abre caminho para que a concorrência preencha as lacunas deixadas pela companhia.
O que você achou do nosso guia sobre gestão de Phase-in e Phase-Out?