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Mix de Marketing: conheça os 4Ps e como defini-los

Escrito por Cortex Intelligence | Sep 23, 2025 12:00:00 PM

O Mix de Marketing é um tema popular até para aqueles que não são profissionais da área. Afinal, desde a sua criação nos anos 1960, a definição dos 4Ps (produto, preço, praça e promoção) ainda é um pilar da comunicação estratégica.

De lá para cá, muita coisa mudou. Isso porque o público tornou-se mais diverso e heterogêneo. Ademais, os espaços digitais ganharam maior protagonismo e as tendências de mercado adquiriram uma volatilidade nunca antes vista.

Apesar disso, os 4Ps continuam sendo de suma importância; e receberam o suporte dos dados para se aprimorar em eficácia e assertividade. Por exemplo, 92% das agências já investem mais tempo e orçamento em inteligência e automação, segundo a Hubspot.

Por isso, te convidamos a entender melhor o que é Mix de Marketing e como o data science está impulsionando essa estratégia nos dias de hoje. 

Confira, neste texto:

  • o que é Mix de Marketing;
  • por que uma estratégia de Mix de Marketing é importante no Varejo;
  • em quais frentes o Mix de Marketing colabora com o posicionamento de marca;
  • e muito mais!

O que é Mix de Marketing?

Mix de Marketing é o conjunto integrado de ferramentas controláveis (produto, preço, praça e promoção) que a empresa utiliza para influenciar a demanda e atender seu público-alvo de forma eficaz.

Ele tem como função primordial oferecer ao gestor uma visão holística e coordenada da estratégia de divulgação e comercialização do produto. Isso acontece a partir da divisão do planejamento em quatro eixos básicos:

  • Produto: isso é, aquilo que será vendido;
  • Praça: onde será exposto;
  • Preço: o valor financeiro que será cobrado;
  • Promoção: como será feita a divulgação.

A criação das bases do Mix de Marketing data de 1960, após o lançamento do livro Marketing Essencial, de William Perreault Jr. e Jerome McCarthy. Contudo, foi Philip Kotler, com a obra Administração de Marketing (1967), que deu visibilidade e popularidade a esse conceito.

Ele é tão importante que sua assimilação envolve diversos setores da pirâmide organizacional, como Vendas, Logística, Financeiro, Produção, Tecnologia da Informação, entre outros. 

Basicamente, cada uma dessas áreas deve entender o que é Mix de Marketing. Do contrário, não há como agir coordenadamente e suprir as demandas impostas por cada um dos 4Ps. 

O Comercial, por exemplo, precisa estar bem alinhado com Logística e Produção na hora passar detalhes do produto e formas de aquisição ao cliente. Dessa forma, não há risco de oferecer promessas que não podem ser cumpridas ou passar informações erradas.

Da teoria à prática: entendendo os 4 Ps de Marketing

Entrando no detalhe, temos que os 4 Ps do Marketing constituem um framework importante para gerenciar e analisar como o Marketing é realizado. Isso permite entender como otimizar os resultados e como garantir consistência nas ações, com visão de todos os pontos importantes.

A importância dos 4 Ps do Marketing

Os 4 Ps do Marketing jogam luz sobre vários fatores importantes para a empresa.

Com essa análise, a companhia consegue entender e definir bem o seu posicionamento. Ela entende melhor como se apresentar aos clientes, em quais canais atuar e como se destacar diante da concorrência.

Também para saber como acertar e definir elementos de branding, como tom de voz, apresentação e muito mais, os Ps do Marketing são importantes. Com esses elementos bem definidos, a companhia se define, com uma identidade coesa e bem estruturada.

Além disso, observar os 4 Ps do Marketing é importante para a integração entre as estratégias. Basicamente, ao ter em mente uma boa análise de praça, preço, produto e promoção, a empresa consolida sua estratégia de comunicação.

Ou seja, é possível entender melhor como a gestão de produto e o branding estão aliados com a comunicação, por exemplo. Dessa forma, tudo pode permanecer alinhado, de acordo com o que a empresa deseja.

Definir os 4 Ps do Marketing quando a empresa está começando é imprescindível. Afinal, esta é uma análise crucial para tomar as primeiras decisões. Ajuda na questão do diagnóstico e no autoconhecimento, por exemplo.

Contudo, também vale reforçar a necessidade de compreender e estruturar esses pontos quando o negócio já está operante. Nesse caso, reavaliar os pontos pode ser uma ótima tática antes de uma ação de expansão, por exemplo.

Detalhando quais são os 4 Ps do Marketing 

Com isso em mente, veja, a seguir, um detalhamento de cada um dos Ps.

Produto

O primeiro P do Mix de Marketing diz respeito à solução que a empresa deseja oferecer ao seu público-alvo. Philip Kotler classificou os tipos de produtos da seguinte forma.

  • Central ou básico: qual a função básica dessa solução para solucionar as dores dos clientes?
  • Real: é relativo às qualidades específicas que um produto possui, como diferenciais de marca e benefícios exclusivos, como embalagem e design.
  • Ampliado ou aumentado: derivam das qualidades únicas e totalmente diferenciadas que um produto oferece, que vão bem além das funções de produto básico ou real. Geralmente é direcionado para aqueles que aceitam pagar um valor mais bem mais alto.

Em resumo, Kotler aponta o papel do plano de marketing em desenvolver e saber divulgar todos os benefícios que seu produto pode levar ao público, desde os atributos funcionais até as qualidades psicológicas, como o status da marca, etc.

Preço 

A precificação é um tema de suma importância para o Mix de Marketing, pois envolve uma coordenação com o setor financeiro, logístico e produtivo da empresa. 

São inúmeras as variáveis que determinam qual preço e condições serão utilizadas e apresentadas para atrair prospects, por exemplo:

  • a política de descontos;
  • a formação da tabela de preços;
  • diferenças regionais;
  • condições de pagamento, assim como outros fatores.

Além das várias questões de logísticas e de custo de produção, a precificação também não pode esquecer de levar em conta fatores psicológicos ou diferenciais de atendimento. Esses dois termos, por exemplo, são fundamentais para gerar valor ao produto que será entregue ao cliente.

Praça

Como terceiro elemento do Mix de Marketing, temos o P de praça, que diz respeito aos espaços de distribuição e exposição do produto ao seu mercado consumidor. 

Os canais de vendas podem ser tanto virtuais, por exemplo, redes sociais ou sites de e-commerce, como físicos, que vão desde as lojas próprias até feiras e supermercados. 

Ter essa definição já no planejamento estratégico é fundamental porque ajuda a avaliar gastos, situação logística e fluxo de estoque. 

Promoção

O P de promoção, ao contrário do que muitos pensam, não diz respeito a descontos e liquidações. Ele consiste, na verdade, em quais ações e estratégias de comunicação de Mix de Marketing vão promover, informar e persuadir o público-alvo a comprar o produto/serviço. 

Em resumo, aqui é definido o branding e o modelo de comunicação da empresa com o seu público-alvo (ou buyer persona): desde as relações públicas até a marketing digital para prospecção e fidelização de clientes.

Qual é a importância de uma estratégia integrada no Varejo?

Olhando para o Varejo especificamente, sabemos que a experiência do consumidor depende da coerência entre todos os pontos de contato. 

Dentro disso, uma estratégia integrada de Mix de Marketing garante que produto, preço, praça e promoção sejam trabalhados de forma alinhada. Ela evita contradições que prejudiquem a percepção de valor.

Essa integração é relevante porque o comportamento de compra tornou-se fragmentado. 

O consumidor alterna entre canais físicos e digitais e espera consistência em todas as interações. Sem coordenação, há risco de desalinhamento entre a oferta em loja e a comunicação digital – o que gera frustração e perda de confiança.

A análise integrada também possibilita decisões mais assertivas sobre o sortimento. 

No Varejo, o desafio não é apenas expor produtos, mas selecionar aqueles que fazem sentido para o público de cada localidade. Dados de vendas, perfil de consumo e logística devem ser cruzados para equilibrar estoque, margem e atratividade. O mesmo raciocínio vale para o preço. 

Uma precificação isolada pode não ser competitiva se não considerar aspectos regionais, custos operacionais e a percepção de valor transmitida pela marca. Integrar finanças, marketing e operações permite estruturar políticas comerciais mais sustentáveis e adequadas a diferentes segmentos de clientes.

Além disso, a promoção, entendida como comunicação estratégica, precisa estar conectada aos demais pilares. No varejo, ações de mídia digital, campanhas sazonais e promoções em ponto de venda devem reforçar a mesma mensagem, ajustada ao canal de contato. Isso fortalece o branding e gera maior impacto nas vendas.

Como o Mix de Marketing ajuda a posicionar sua marca?

Aqui estão as frentes nas quais o Mix de Marketing ajuda no posicionamento de marca:

  • Cria uma percepção coerente e consistente da marca em todos os pontos de contato (produto, preço, praça e promoção), consolidando a imagem desejada.
  • Traduz a proposta de valor e os diferenciais no mercado, reforçando o branding.
  • Permite diferenciar-se dos concorrentes ao ocupar espaço único na mente do consumidor.
  • Garante alinhamento estratégico entre os pilares do Mix, aumentando a coerência e eficácia das ações.
  • Amplia a presença da marca em todos os canais relevantes, reforçando a visibilidade e lembrança.
  • Aumenta eficiência na experiência do consumidor, promovendo fluidez e consistência em cada interação.
  • Suporta personalização conforme segmento ou jornada do cliente, reforçando aderência e relevância.

No detalhe, ao considerar conjuntamente os elementos do Mix, a marca é capaz de transmitir uma imagem sólida e estratégica, alinhada ao posicionamento desejado. Isso evita ruídos na comunicação e permite que o consumidor perceba um propósito claro em cada ponto de contato. Desde o design e entrega do produto até a sua promoção e preço percebido.

Além disso, ao adaptar o Mix conforme segmentos ou canais, a marca torna-se mais relevante e competitiva. O resultado é uma presença marcante no mercado, com mensagens consistentes e diferenciais bem definidos.

Como definir o mix de produtos ideal para o seu público

Veja, a seguir, algumas dicas para definir o mix de produtos adequado ao público do seu negócio.

Faça diagnóstico de perfis e comportamento de consumo

Implemente coleta de dados com base em vendas anteriores, CRM e feedback direto, para mapear padrões de compra, sazonalidades e margens de produtos. Essa análise orienta decisões sobre quais itens manter, ampliar ou descontinuar. De modo geral, será possível garantir a aderência ao público real do seu negócio.

Segmente por canais e personas

Defina claramente personas ou segmentos – seja demográfico, comportamental, regional ou psicográfico. 

A partir disso, adapte o mix conforme canais de venda (loja física, e-commerce, app). Isso vai te ajudar a adequar oferta, preço e comunicação à realidade de cada cliente.

Teste combinações e promova cross-merchandising

Monte pequenos lotes de produtos correlacionados, como combos ou exposições cruzadas, que simplifiquem o dia a dia do consumidor e estimulem vendas adicionais. 

Aumente a experimentação controladamente com vantagens perceptíveis – como desconto conjunto ou conveniência – para gerar valor percebido real.

Aproveite sazonalidade com flexibilidade

Inclua itens sazonais e temporários, especialmente para datas comemorativas ou estações, ajustando o mix com rapidez para atender picos de demanda. Isso ajuda a explorar oportunidades sazonais sem comprometer o estoque regular.

Utilize tecnologia para monitorar e ajustar

Implemente sistemas de gestão que forneçam indicadores em tempo real sobre desempenho de SKUs, rupturas ou excessos. 

Use os insights obtidos nas ferramentas para ajustes contínuos e estratégicos do mix.

Produto: a alma do seu negócio

O produto é o elemento central do Mix de Marketing. 

É a partir dele que se constrói a percepção de valor, a experiência do cliente e a diferenciação no mercado. Por isso, é preciso pensar estrategicamente sobre cada detalhe.

A embalagem como ferramenta de comunicação no ponto de venda

A embalagem não deve ser vista apenas como proteção ou transporte. Ela comunica atributos da marca, diferenciais competitivos e informações essenciais para orientar a escolha. 

Cores, formas, tipografia e materiais utilizados podem influenciar diretamente a decisão de compra. Além da estética, a funcionalidade também é determinante: embalagens práticas, reutilizáveis ou sustentáveis agregam valor adicional e reforçam a imagem da empresa. 

Quando bem planejada, a embalagem se torna um elo de confiança. Sobretudo ao transmitir clareza e consistência; e um instrumento de branding, capaz de reforçar identidade e gerar impacto no momento da decisão.

Diferenciação e inovação: o que faz seu produto se destacar

Um produto se torna memorável quando apresenta diferenciais percebidos como relevantes. 

Atributos como design, tecnologia, qualidade e conveniência podem transformar a experiência de uso. 

Neste sentido, a inovação, seja incremental ou disruptiva, garante atualização constante e evita a estagnação do portfólio. Esse processo precisa estar alinhado à proposta de valor e às expectativas do público, para que os diferenciais tenham real significado. 

Produtos que inovam e comunicam essa inovação de forma clara fortalecem o posicionamento e ampliam a fidelização. Isso porque entregam benefícios que ultrapassam a função básica e se conectam à percepção de valor da marca.

Preço: equilibrando valor e lucro

É importante ter em mente que o preço é um dos elementos mais sensíveis do Mix de Marketing. Ele impacta a margem de lucro, além de influenciar diretamente a percepção de valor e o posicionamento da marca. 

A seguir, confira três dimensões fundamentais para estruturar essa decisão.

Estratégias de precificação para o varejo

Defina políticas que combinem custos, margem desejada e análise da concorrência, mas vá além desses fatores. Além disso, considere o valor percebido pelo cliente e o posicionamento que deseja ocupar. 

Estratégias como precificação psicológica, pacotes de produtos e preços dinâmicos podem aumentar competitividade e receita.

Descontos e promoções: quando e como usar

Promoções devem ser aplicadas de forma planejada, com objetivos claros, como giro de estoque ou conquista de novos clientes. 

Lembre-se: descontos frequentes corroem as margens e podem fragilizar a imagem da marca. Use-os em momentos estratégicos, garantindo que reforcem a proposta de valor em vez de banalizá-la.

Preço e percepção de valor: construindo a imagem da sua marca

O preço comunica qualidade, exclusividade ou acessibilidade. 

Posicionar-se como premium exige coerência entre preço, atributos e experiência oferecida. Já os preços competitivos precisam ser sustentados por eficiência operacional. 

O melhor caminho é ajustar preço e valor percebido de forma equilibrada. Isso fortalece a imagem da marca e aumenta a fidelização.

Praça (Ponto de Venda): onde o cliente encontra 

A definição dos pontos de venda conecta experiência, custo logístico e disponibilidade. 

Integrar canais e operações evita silos, melhora a satisfação e garante estoques mais equilibrados. Agora, esse alinhamento só é possível quando existe uma visão única de demanda e inventário em tempo real.

Loja física vs. e-commerce: os desafios e oportunidades de cada canal

As lojas físicas ampliam a descoberta, fortalecem a confiança e oferecem atendimento personalizado. Elas também podem funcionar como hubs de retirada e devolução, acelerando o cumprimento dos pedidos. 

Já o e-commerce expande o alcance da marca, coleta dados relevantes e oferece conveniência. Em contrapartida, pressiona a logística de última milha e impõe prazos de entrega curtos.

Diante disso, o caminho eficiente não é escolher entre um ou outro, mas orquestrar os dois. Isso porque estoques compartilhados, opções de clique-e-retire e processos integrados reduzem fricções e evitam a canibalização entre canais.

Estratégias de distribuição para alcançar novos mercados

Para atingir novos mercados, é necessário equilibrar capital, prazo e custo logístico. 

Centros de distribuição regionais, estruturas urbanas menores e parceiros especializados podem ser combinados para acelerar a entrega. A adoção de micro fulfillment, que são centros de distribuição compactos e estrategicamente localizados perto do consumidor final, próximo à demanda reduz despesas e garante reposição ágil.

Além disso, planejar de forma integrada o inventário por canal, alocar recursos continuamente e usar análises preditivas favorece a disponibilidade e eficiência financeira. 

A geointeligência pode orientar decisões sobre abertura, redimensionamento ou fechamento de pontos de venda, priorizando micromercados com maior potencial. 

Quando a expansão própria não é viável, parcerias com marketplaces e operadores logísticos ampliam a cobertura de forma rápida e escalável.

Promoção: a arte de comunicar seu valor

As ações de promoção funcionam como elo entre a proposta de valor e o público-alvo. Elas ampliam a visibilidade, estimulam engajamento e fortalecem vínculos. 

Quando bem estruturadas, tornam-se parte essencial do Mix de Marketing, sustentando a jornada do cliente de ponta a ponta.

Marketing digital para varejo: do tráfego à conversão

O marketing digital possibilita transformar a exposição em resultados concretos. Para isso, é necessário integrar estratégias como SEO, mídia paga, conteúdo relevante e remarketing. 

A sinergia entre canais – redes sociais, e-mail e anúncios segmentados – garante maior alcance e consistência na comunicação. Esse alinhamento orientado por dados aumenta as taxas de conversão e reforça a percepção positiva da marca.

Campanhas offline que geram resultados

Mesmo em um ambiente digital, o offline mantém força. 

Anúncios em rádio, mídia impressa, TV ou outdoor continuam despertando atenção e gerando busca imediata por informações adicionais. 

Quando essas campanhas são coordenadas com as ações online, o impacto se multiplica. Em síntese, a integração entre os dois ambientes amplia a cobertura, fortalece o branding e impulsiona resultados de forma mais consistente.

Relacionamento com o cliente: o segredo para a fidelização

Mais do que atrair, é preciso cultivar relacionamentos duradouros. 

Clientes que se sentem conectados emocionalmente à marca tendem a comprar novamente e a recomendar seus produtos. 

Vale a pena investir, por exemplo, em programas de fidelidade, comunicações personalizadas e atendimento de qualidade. Além disso, fazer pequenas melhorias na retenção. Tudo isso pode gerar aumentos significativos de lucro, tornando a fidelização um ativo estratégico.

O futuro do Mix de Marketing: dos 4 Ps aos 7 Ps

O avanço dos serviços, do digital e da experiência como diferencial ampliou o escopo do Mix. 

Ao lado de Produto, Preço, Praça e Promoção, entram três vetores que sustentam a percepção de valor e desempenho operacional. Basicamente: Pessoas, Processos e Prova Física. 

Esses elementos, consolidados na literatura de marketing de serviços, tornam o composto mais aderente à realidade omnichannel e à gestão baseada em dados.

Pessoas: o seu time como diferencial competitivo

Marcas são percebidas por interações. Por isso, seleção, treinamento e alinhamento cultural impactam diretamente na satisfação, recomendação e retenção. 

Pessoas bem preparadas traduzem a proposta de valor em cada contato – da venda ao suporte — e reduzem atritos na jornada. Além disso, o engajamento do time está ligado a resultados. 

Quedas recentes no engajamento global mostram que apoiar líderes e equipes é decisivo para produtividade e experiência entregue ao cliente. Logo, políticas claras, rituais de feedback e capacitação contínua deixam a promessa de marca mais consistente, em todos os canais e momentos de verdade.

Processos: otimizando a experiência de compra

Sem processos bem desenhados, a comunicação promete mais do que a operação entrega. 

Mapeie jornadas por perspectivas do cliente, para coordenar prazos, políticas e fluxos de atendimento. Ferramentas como service blueprinting, um diagrama visual que detalha a estrutura de um serviço, conectando as ações do cliente aos processos da empresa, podem ajudar. Elas tornam tangível o serviço, definem papéis, evidências e linhas de visibilidade, e reduzem falhas antes do go-live. 

Em paralelo, a gestão por jornadas – e não por pontos isolados – integra áreas, encurta tempos de ciclo e viabiliza métricas que importam, como tempo de resolução, esforço do cliente e recompra. 

Assim, o Mix de Marketing deixa de ser estático e passa a operar como um sistema que aprende e melhora continuamente.

Prova Física: construindo credibilidade e confiança

Em serviços e experiências digitais, o cliente julga pela “pista” tangível: layout de loja ou app, embalagem, uniformes, sinalização, contratos e páginas de suporte. Esses elementos funcionam como garantias visuais de qualidade, segurança e coerência da marca. 

Embalagens claras e usáveis elevam valor percebido e reduzem risco na escolha. Interfaces consistentes e ambientes bem cuidados reduzem o esforço e aumentam a conversão. 

Sustentabilidade também comunica: materiais e mensagens responsáveis influenciam preferência e lealdade. 

→ Ao orquestrar essas evidências com os demais Ps, a marca transforma cada detalhe físico em argumento de posicionamento — e em prova de que cumpre o que promete.

[Passo a passo] Como montar um Mix de Marketing?

Veja agora alguns passos que vão te ajudar a montar o Mix de Marketing adequado.

Passo 1: Diagnóstico de situação

Comece mapeando o contexto atual: avalie o posicionamento da marca, o comportamento dos consumidores e o desempenho dos quatro P’s tradicionais. Inclua também percepção de stakeholders e análise de concorrentes para entender lacunas e oportunidades.

Em seguida, identifique onde há sinergias ou desalinhamentos entre Produto, Preço, Praça e Promoção. Esse diagnóstico vai orientar decisões posteriores e garantir que cada ação seja baseada em evidência e foco no problema real.

Passo 2: Definição clara de objetivos e indicadores

Estabeleça metas específicas, como aumento de margem, taxa de conversão ou share of wallet, e vincule indicadores de desempenho (KPIs) a cada um dos Ps. Isso oferece controle e clareza sobre o que precisa melhorar e o que será monitorado.

Ao definir objetivos quantitativos e qualitativos, evita-se planejamento genérico. O uso de metas mensuráveis (por exemplo, "aumentar conversão em 20 % em 6 meses") facilita a análise de resultado e ajustes pontuais.

Passo 3: Segmentação e entendimento das personas

Crie perfis claros de personas com base em comportamentos, preferências e jornadas de compra. Isso orienta adaptações nos elementos do Mix para comunicar valor de forma relevante.

Com personas definidas, torna-se possível personalizar Produto, Preço, Promoção e canais de entrega de modo eficiente, aumentando aderência e eficácia das ações mercadológicas.

Passo 4: Seleção estratégica dos Ps

Analise cada um dos 7 Ps (incluindo Pessoas, Processos e Prova Física) e priorize aqueles com maior impacto estratégico. Por exemplo, se o atendimento é decisivo, o investimento em treinamento (Pessoas) pode gerar retorno mais rápido do que alterar o Preço.

Dessa forma, o Mix deixa de ser apenas teórico e passa a ser um plano de ação com foco em resultados. Ele entrega valor de forma prática, alinhada à abordagem orientada a dados.

Passo 5: Integração e coerência entre os Ps

Verifique como cada P comunica com os demais: o Produto precisa evidenciar sua proposta com apoio da embalagem (Prova Física), o Preço reflete valor e posicionamento, os Processos garantem entrega sem ruído e as Pessoas sustentam a experiência prometida.

Essa conexão cria sinergia e minimiza ruídos no discurso e na execução, entregando uma experiência coesa, consistente e alinhada com a promessa de marca.

Passo 6: Implementação com coordenação multicanal

Realize a execução de forma coordenada entre canais (online, offline, mobile), unificando estoques, mensagens e jornadas. Um cliente que começa em um canal deve experimentar continuidade ao migrar para outro.

Esse modelo omnichannel exige cooperação entre áreas, mas recompensa com maior eficiência, percepção de valor e aproveitamento dos investimentos de comunicação e operação.

Passo 7: Aprimoramento contínuo com testes

Implemente um ciclo de test-and-learn: A/B e multivariados em ofertas, precificação, UX, mídia e sortimento. Defina hipóteses, métricas de sucesso, tamanho de amostra e janelas de observação.

Escalone o que performa melhor e documente aprendizados. Alimente o roadmap com evidências, evitando viés de confirmação e falsos positivos por meio de critérios estatísticos e análise de efeito por segmento.

Como o geomarketing pode ajudar sua empresa a definir a praça ideal?

Agora, vamos entender como o geomarketing auxilia na definição da praça e no ajuste dos 4 Ps do marketing.

Faixa etária x renda média

O geomarketing vai fazer você entender a faixa etária e a renda média dos moradores de uma localidade. E esses dados, se cruzados, podem apontar caminhos a serem seguidos ou não. Isso porque nem sempre a renda está com o público que desejamos atingir.

Por exemplo: uma rede de brinquedos procura um bairro com uma renda média específica e utiliza o geomarketing para descobrir quantos domicílios em uma região possuem essa renda.

Ainda, a ferramenta de geomarketing faz um levantamento de quantos moradores desses domicílios possuem a faixa etária definida para público-alvo.

Ao cruzar esses dados a rede descobre que nem todos os bairros que possuem renda média contém o número mínimo de moradores com faixa etária ideal. Com esse resultado, a escolha do local fica muito mais assertiva.

Veja um exemplo dessa análise utilizando um software de geomarketing:

Cruzamento de faixa etária (0 a 4 anos e 5 a 14 anos) e faixa de renda B1 (R$ 8.058,00 a R$ 16.094) em Salvador - BA, por setores censitários, onde as áreas em verde possuem maior presença do público e as em vermelho, menor.

Potencial de consumo

Para escolher a praça dentro de uma estratégia de expansão, você deve considerar o potencial de consumo de uma região, seja uma cidade, um bairro ou até mesmo um quarteirão.

Em outras palavras, você precisa saber o quanto as famílias do local estão dispostas a gastar com a sua categoria de produtos ou serviços, como remédios, alimentação fora de casa, escola, lazer, etc., por ano.

Você consegue obter esses dados por meio de uma ferramenta de geomarketing.

Dessa forma, você terá mais um dado referente à praça, para tomar a decisão de abertura de uma nova unidade. Afinal, será possível avaliar o potencial de retorno do investimento feito, fornecendo mais segurança para o processo decisório.

Veja um exemplo dessa análise abaixo:

Potencial de consumo para artigos de limpeza em Natal - RN, por setores censitários

Circulação de trabalhadores

Alguns bairros têm características mais residenciais e a instalação de um ponto de venda ali pode mostrar-se positiva devido à pouca concorrência.

Por outro lado, escolher um bairro comercial também tem suas vantagens, já que apresenta uma alta circulação de trabalhadores.

Pense bem: a maioria das pessoas se desloca para trabalhar, seja até um bairro próximo, cidade vizinha ou região central. Ou seja, caso precisem comprar algum medicamento, por exemplo, provavelmente farão isso na região de trabalho, e não onde moram.

Quem nunca aproveitou para passar na farmácia na hora do almoço em vez de esperar chegar em casa? Afinal de contas, é mais prático, não é?

É claro que essa análise deverá ser cruzada com a análise de outro P: o de produto. É preciso levar em conta o seu tipo de produto, para entender o comportamento de compra do consumidor.

Produtos de conveniência e redes de varejo costumam beneficiar-se da instalação em bairros comerciais.

Para identificar onde estão esses trabalhadores, você pode usar uma ferramenta de geomarketing, como Cortex Geofusion, e descobrir a densidade da população economicamente ativa durante o dia (PEA Dia), ou seja, os trabalhadores formais e informais e a população residente inativa.

Veja abaixo um exemplo dessa análise:

Densidade de PEA Dia em João Pessoa - PB, por setores censitários

Presença da concorrência 

Estar próximo do concorrente nem sempre é um mau negócio. Em alguns segmentos, é muito comum ter concorrentes diretos como vizinhos, como no caso de redes de farmácia.

Existem empresas que optam por essa estratégia para aproveitar o público da região que foi criado pelo concorrente.

Nesses casos, o segredo é adicionar à fórmula os outros Ps do marketing para atrair o cliente: preço e promoção. Ou seja, criar diferenciais que atraiam o público para entrar na sua loja, e não na do lado.

Um preço adequado ao perfil da região, ações promocionais atrativas, bom atendimento e programas de fidelidade são apenas algumas das ferramentas que a empresa pode usar para conquistar a preferência dos clientes.

Mas elas são secundárias dentro da estratégia de expansão. Ou seja, o primeiro passo deve ser avaliar se é realmente vantajoso estar próximo da concorrência para o contexto do seu negócio.

De qualquer forma, independentemente de estar perto ou longe, poder monitorar a concorrência e estudar o posicionamento dela no mercado é sempre necessário quando for expandir.

Com um software de geomarketing, como o do exemplo a seguir, você consegue identificar onde estão localizados seus concorrentes diretos e indiretos e pode escolher se expandirá perto ou não.

No mapa abaixo você vê uma escola de ensino básico identificada pelo ponto vermelho, rodeada por concorrentes em estrelas:

Escolas públicas (estrelas verdes) e privadas (estrelas roxas) em Aracaju - SE

Quais ferramentas e tecnologias podem ajudar no Mix de Marketing?

Além das aplicações de geomarketing, é possível ampliar a eficácia do Mix de Marketing com métodos e tecnologias que estruturam dados, aprimoram análises e aumentam a precisão das decisões.

Ferramentas e métodos

  • Pesquisas de mercado quantitativas e qualitativas para mapear preferências, elasticidade de preço e percepção de marca.
  • Modelos de segmentação de clientes, como RFM, análise de clusters e modelagem preditiva.
  • Benchmarking competitivo para avaliar práticas de produto, preço, canais e campanhas de concorrentes.
  • Mapas de jornada do cliente (customer journey mapping) para identificar pontos de fricção e oportunidades em cada P.
  • Painéis de BI integrados, que consolidam indicadores de marketing, vendas e operação em tempo real.

Tecnologias

  • Plataformas de inteligência de dados que combinam análises de consumo, concorrência e tendências de mercado.
  • Soluções de automação de marketing para integrar campanhas digitais, nutrição de leads e mensuração de ROI.
  • Ferramentas de precificação dinâmica com base em algoritmos de elasticidade de demanda e monitoramento de concorrentes.
  • Sistemas de CRM integrados, que centralizam informações de clientes e permitem personalização em escala.
  • Softwares de gestão de supply chain e logística, que conectam estoque, canais e processos de entrega para fortalecer a praça.
  • Aplicações de machine learning e inteligência artificial, capazes de prever o comportamento de clientes e orientar decisões de produto e promoção.

Mix de Marketing: de modelo estático a responsivo

O Mix de Marketing evoluiu de um modelo teórico para um sistema prático e dinâmico. Ele hoje se apoia em dados e tecnologia para orientar decisões que conectam produto, preço, praça e promoção de forma integrada. 

Essa transformação permite que gestores ajustem estratégias em tempo real e garantam consistência em todos os pontos de contato.

A incorporação dos novos Ps reforça que a competitividade não depende somente da oferta em si. Ela também é reflexo da forma como pessoas, processos e evidências físicas sustentam a promessa feita ao público. 

Esse movimento amplia o alcance do Marketing e integra áreas estratégicas que antes operavam de forma isolada, promovendo resultados mais coesos e sustentáveis.

O desafio agora é enxergar o Mix de Marketing como um organismo em evolução. Isso porque empresas que o tratam como um modelo vivo (orientado por dados, tecnologia e inteligência analítica) têm maior capacidade de se diferenciar e construir valor duradouro.

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